Com 26 anos de idade, Mariah Balsini em 2022 vestiu pela primeira vez a camisa da seleção brasileira de Fut7. A jornada da jovem começou na infância e, mesmo sem a profissionalização na modalidade, ela se dedica para conquistar seu próximo objetivo: disputar uma Copa do Mundo carregando as cores verde e amarelo.
Você pratica futebol desde criança, poderia me contar um pouco sobre a sua história com o futebol 7?
Mariah Balsini: O futebol 7 na verdade eu comecei brincando, que na época era o society ou futebol suíço. E aí como eu estava com muito contato com o esporte, eu fui entrando em competições aqui em São Paulo, criaram-se federações diferentes aqui em São Paulo do futebol 7 mas nenhuma oficial. Mesmo assim, vários times começaram a entrar e eu fui pegando gosto pela coisa, fui me dedicando cada vez mais. Já faz cerca de oito anos que eu estou jogando futebol 7. E de cinco anos para cá que realmente eu comecei a participar de competições mais sérias, regionais, paulista, brasileiro. Então começou em uma brincadeira mas foi se tornando sério e eu peguei gosto pela coisa.
Para você o que significa ter sido convocada para a seleção brasileira?
Mariah Balsini: É um sonho. Eu sempre joguei futebol, desde criança. Já fui federada pelo futsal e acho que como todo atleta é um sonho vestir a camisa da seleção. Esse ano eu vim muito com esse propósito de me dedicar mais e fazer diferente para conseguir alcançar esse objetivo. Eu não imaginei que seria tão rápido, para mim é algo que eu planejava um pouco mais a longo prazo, para conseguir ano que vem, mas eu tive a felicidade de fazer uma boa campanha nos campeonatos de futebol 7 e fui vice. Foi incrível, um sonho muito feliz para mim.
Como você acha que o planejamento de carreira te ajudou a vestir a camisa verde e amarela?
Mariah Balsini: Como o futebol 7 ainda não é profissional, é algo que eu faço em paralelo do meu trabalho, foi muito uma força de vontade individual. Eu comecei a buscar por uma qualidade de vida melhor, acompanhamento de médico esportivo, fisioterapeuta. Uma amiga minha, a Ana, monta meus treinos mais específicos para performance no futebol. Então foi uma busca muito individual para eu realmente conseguir atingir esse objetivo e ter a disciplina de fazer isso no dia a dia administrando com as outras responsabilidades.
E como é conciliar essas responsabilidades tanto do futebol 7 quanto do trabalho?
Mariah Balsini: É um desafio. Além de tudo isso eu ainda faço faculdade, estou no final do curso de engenharia de produção, cuido da minha casa sozinha, é um super desafio. Mas acho que a chave para tudo isso além da força de vontade é ter muita organização. Eu tenho que ter meus horários muito bem organizados para conseguir conciliar e fazer tudo. Eu sou muito exigente também, gosto de fazer bem feito. Tenho um calendário, eu sempre organizo minha semana super bem para conseguir ter o melhor de tudo.
Como você avalia seu desempenho na Copa América de futebol 7 representando o Brasil e conquistando o título?
Mariah Balsini: Eu fui com a cabeça de que por ser a primeira experiência eu queria aprender muito com as pessoas que estavam ali. Tanto com a comissão técnica, que são grandes nomes que estão no futebol 7, como com as atletas, que a maioria eu já conhecia. Então eu fui muito com essa cabeça de aprendizado. Eu fui muito bem recebida, senti que fui valorizada ali como todas as meninas. Foi interessante porque eu tive muitas oportunidades, eu entrei em todas as partidas apesar de ser a primeira vez, uma participação muito feliz. No primeiro jogo eu estava nervosa, mas depois fui me soltando. O time e a comissão contribuíram para eu me sentir super à vontade, foi incrível a experiência.
E qual aprendizado você está levando dessa experiência?
Mariah Balsini: É o que eu sempre falo, temos que fazer diferente no dia a dia para ter resultados diferentes. Alguns esforços e o ato de dizer não no dia a dia contribuem para uma melhora de performance, sempre fazem a diferença. Eu acho que eu continuo com essa opinião depois que eu saí de lá, eu quero melhorar mais, eu fiquei com mais sede de crescer. É tirar o melhor da experiência, ver que tem grandes atletas ali. É uma disputa muito saudável querer melhorar para chegar no patamar de todas elas.
Para você qual foi o ponto de virada na sua trajetória como atleta, em que você reconheceu a importância da gestão de carreira?
Mariah Balsini: Isso aconteceu quando eu era mais nova, ainda menor de idade. Quando eu tinha quase 18 anos eu parei de jogar, exatamente porque eu não tinha uma estrutura e ninguém me ajudando, optei por estudar e trabalhar. Agora essa volta com algo um pouco mais profissional perto do futebol, com certeza foi um retorno mais maduro. Hoje em dia a gente fala mais de carreira e de todos os pilares que são importantes para um atleta se manter, isso me ajudou muito. Eu comecei a investir em coisas que eu sabia que poderiam me ajudar a me tornar uma atleta melhor.
E o que te ajudou a retomar o futebol?
Mariah Balsini: Na verdade eu nunca consegui ficar longe do futebol. Apesar de eu ter saído do profissional eu sempre buscava algum jogo de final de semana. Acho que foram coincidências da vida que me levaram para um time de futebol 7. Eu vi aquilo começar a crescer e fiquei super animada. Eu engajei porque amo futebol e não consegui ficar longe.
Quais são seus próximos objetivos a curto e longo prazo no futebol 7 e no futsal?
Mariah Balsini: Continuo jogando futsal também, alguns campeonatos regionais por aqui, mas eu estou com um maior foco no futebol 7, que é a modalidade que eu me sinto mais confortável e gosto mais. A convocação é muito pontual no futebol 7, é por campeonatos. Apesar de ter sido chamada para a Copa América, isso não me dá ligação direta para as próximas competições. O meu próximo grande objetivo é conseguir participar da Copa do Mundo.
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